História e funcionamento raios X
Texto gerado automaticamente do vídeo 05
Imaginem a seguinte cena, você é um médico ou uma médica que trabalha em Montreal no ano de 1895, é Natal e de repente chega um paciente que foi baleado na perna. Você precisa tirar essa bala para poder salvar a perna dele, caso contrário ela vá infeccionar e precisará ser amputada.
E esse era o destino esperado de um paciente chamado Toulson Conning. Só que o que ele não esperava era que um artigo de Física publicado 3 dias antes salvaria a perna dele.
Trabalhando em laboratório no andar de cima da sua própria casa, um Físico alemão chamado Röntgen, fez uma das descobertas mais curiosas da Física, e totalmente por acaso. Era lá que ele estava fazendo experimentos com um tubo de Crookes, que é uma espécie de tubo a vácuo em que você pode fazer correntes elétricas passarem de um lado para o outro.
Esse tubo recebeu esse nome em homenagem ao seu criador, William Crookes. Alguns anos antes, ele tinha percebido que quando uma alta voltagem era aplicada entre os 2 terminais do tubo, um feixe de raios catódicos aparecia, ou seja, um feixe que tinha carga negativa.
Hoje nós sabemos que esse feixe brilhante é composto por elétrons, sendo acelerado de um lado até o outro, mas naquela época eles nem sabiam que elétrons existiam. Por isso, experimentos com um tubo de Crookes eram feitos no mundo todo. Röntgen era um dos cientistas estudando isso, só que por um acaso ele possuía algumas telas florescentes no seu laboratório.
Ele percebeu algo estranho quando altíssimas voltagens eram aplicadas nos 2 terminais do tubo, uma leve luz brilhava em algumas das telas espalhadas pelo laboratório, e essa luz brilhava mesmo se objetos como livros eram colocados entre o tubo e as telas. Röntgen sabia que estava lidando com um novo tipo de radiação, só que ele ainda não sabia qual, e por não saber o que era aquilo, ele decidiu chamar de raios X.
Essa é a origem do nome que nós usamos até hoje. Mas como os raios X eram produzidos, como é que o experimento de Röntgen produzia essa radiação desconhecida?
O experimento era relativamente simples, um tubo de vidro fechado era preenchido com gás e aplicado uma pressão, e dentro dele tinha 2 eletrodos, um altamente energizado, que também é conhecido como cátodo, e outro pouco energizado, também conhecido como ânodo. Devido à diferença de potencial entre eles, os elétrons viajavam do cátodo para o ano do ionizando, o gás dentro do tubo e provocando urna luminescência.
Todo esse material foi envolvido por urna caixa com o filme negro e próximo a essa caixa havia um pedaço de papel coberto com um composto químico chamado de platinocianeto de Bário. Durante os testes, Röntgen percebeu que quando aplicava energia no tubo, ele emitia urna certa radiação que marcava o papel como
platinocianeto. Intrigado, ele virou o papel do outro lado e, mesmo assim, algo ainda o iluminava ao investigar mais sobre esse Fenômeno, utilizou vários objetos e então percebeu que estava bem em frente a uma radiação estranha e altamente penetrante. E devido ao desconhecimento da comunidade científica sobre essa radiação, ele nomeou como raio x.
Semanas mais tarde, e após exaustivos testes, solicitou que sua mulher, Ana Berta, colocasse a mão entre um filme fotográfico e o tubo de onde os raios era metido. Depois de alguns minutos, ele percebeu a imagem dos ossos da mão da mulher impressa no filme fotográfico, e essa foi a primeira radiografia realizada na história.
Esse provavelmente foi o período mais curto entre uma descoberta e aplicação clínica, tipo da história. Röntgen descobriu os raios x no dia 8/11/1895. Em dezembro, pouco mais de 1 mês depois, ele conseguiu usar os raios x para fazer a primeira radiografia da história, e isso nos leva de volta a história do começo do vídeo.
A descoberta do Röntgen ficou tão famosa, tão rapidamente que, em menos de 2 meses, os grandes jornais já falavam dela. E foi assim que o médico em Montreal ficou sabendo da existência dos raios X, e a sua capacidade de observar dentro do corpo humano. Usando raio X a posição precisa da bala foi encontrada e depois extraída, salvando tanto a perna quanto a vida do paciente.