Riscos da radiação ionizante
Texto gerado automaticamente do vídeo 04
Logo após a descoberta dos raios X e da radioatividade, usar raio X e materiais radioativos se tornou uma grande moda, até médicos quando precisavam olhar dentro da sua cabeça, faziam radiografias e depois de semanas, viam seu cabelo cair, o que era um pouco suspeito para falar a verdade.
O principal problema naquela época que não havia nenhum controle de intensidade de exposição, nós estávamos no começo da era do uso da radiação para Fins medicinais, então as pessoas ainda não entendiam muito bem qual era a dose máxima que o ser humano podia absorver.
A radiação ionizante se torna perigosa conforme ela é absorvida pela matéria que compõe o ser vivo. Mas mesmo parecendo ajudar em inúmeros casos conforme os efeitos negativos à radiação se tornavam evidentes.
Ficou mais claro que, embora raios X e núcleos radioativos sejam extremamente úteis, eles devem ser usados com cuidado.
Atualmente, eles são muito usados no diagnóstico de doenças, no tratamento de câncer em usinas nucleares e na datação de materiais antigos. Mas a pergunta é, por que radiação ionizante algo que não podemos sentir o gosto, cheiro ou ouvir é perigosa?
Existem 2 maneiras da radiação causar danos no nosso DNA, a direta e a indireta. Quando ela é direta, ela age diretamente no nosso DNA, como o nome sugere, quebrando as ligações químicas entre os nossos nucleotídeos ou moléculas presentes no nosso material genético, e além direta quando ela age na água, quebrando a molécula e produzindo componentes reativos, que são muito instáveis e reagem rapidamente com outros átomos e moléculas, capturando elétrons para ganhar estabilidade. Essa molécula que perdeu o átomo e se transforma em radicais livres, iniciando uma reação em cadeia.
O DNA é formado por 2 fitas em formato de hélice interconectadas ligadas por pontes de hidrogênio. O dano que a radiação causa no DNA pode ser desde a perda de uma base até a quebra das pontes de hidrogênio, ruptura de uma fita ou até mesmo a das 2 Fitas. Só que, pra nossa sorte, o DNA tem mecanismos de reconstituição pra reparar esses danos, só que eles podem virar danos irreversíveis se um número muito grande de danos ocorrer simultaneamente.
Ou ainda, se a quebra de uma das fitas não for reparada adequadamente e isso pode causar 2 tipos de reações, as teciduais e as estocásticas. Efeitos teciduais são associados à morte celular, eles são observados quando uma alta dose de radiação causa morte celular de um número muito grande de células de um dado tecido ou órgão a ponto do seu funcionamento ficar prejudicado.
Existem também os efeitos estocásticos, que são os efeitos a longo prazo da radiação ionizante. Eles estão ligados a mutação do DNA. O efeito estocástico mais conhecido é o câncer. Acredita-se que erros no reparo, principalmente na quebra das 2 Fitas, seja a principal razão para que eles ocorram.
Os efeitos estocásticos são aleatórios e não tem um limiar mínimo para acontecerem, mas ainda assim dependem da dose de radiação. Quanto maior a dose, maior a probabilidade deles acontecerem. Como eles são aleatórios, é necessário apenas que uma alteração seja feita para causá-los. Mas imagine, existe urna chance muito maior de urna mutação causar câncer quando ocorrem 1000000 de quebras do DNA do que quando acontece urna quebra do DNA, os efeitos que causam câncer são sempre tardios.
O tempo entre a exposição e a detecção do câncer pode ser de vários anos. O corpo humano é preparado para lidar com, digamos, uma célula que sofreu mutação. Para existir um efeito, é necessário um número grande de células. Assim, é necessário um tempo grande para que as células cujo DNA foi multado se dívida vezes o suficiente, por exemplo. Leucemia demora em média 8 anos entre a exposição e a detecção. Tumores sólidos podem demorar décadas até acontecerem.
Isso depende muito do quão rápida é velocidade de reprodução das células. Por isso, crianças são muito mais sensíveis à radiação do que adultos. Afinal, como elas estão em fase de crescimento, estão ocorrendo muito mais divisões celulares nelas do que em adultos.
Mas e como nós sabemos tudo isso, de onde que nós tiramos essas informações?